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Entrevista com o rapper R.Jay


Submundo do Som - Quem é o Rjay? Qual é a sua correria, se apresenta pros manos.


R.Jay - Ótima pergunta quem é o R.Jay? Eu simplesmente poderia ser um a menos hoje sou um a mais. Sou corintiano, maloqueiro, sofredor, rimador. Preto periférico, morador do Grajauex, zona sul de São Paulo. Eu sou a voz do gueto que não se cala, até porque o gueto vive. Eu sou o passado, o presente é o futuro, eu sou as 4 estações do ano resumindo é o R.Jay .



Submundo do Som - Por que o nome Rjay mano?


R.Jay - R vem derivado do meu nome de batismo Rodrigo. Jay é porque antigamente andava com disco instrumentais de baixo do braço. As pessoas achavam que por causa do disco eu tocava, achavam que eu era DJ. Mas os discos importados, fora os piratas, eu utilizava as bases para cantar. Tinha Do Too Short, Koo Moo Dee, Ice Cube, Imatture , Brand Stone. O nome R.Jay foi unificado desde 13 anos, de idade tenho este apelido, praticamente nome decretado.


Submundo do Som - O que te inspira? Quais são suas influências?


R.Jay - Minha inspiração vem desde Tonico e Tinoco, vem do Berimbau, do bumbo e do clap, do repente, do samba raiz, da valsa, do tango, do rap nacional, da MPB, da bossa nova. Minhas influencias são Bezerra da Silva, Cartola, Candeia, Originais do Samba, Tim Maia, Jorge Ben Jor, Alcione, Beth Carvalho, Juvelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara. Djavan, Milton Nascimento, Raul Seixas, Cazuza, Legião Urbana, Tom Jobim, Jair Rodriques. Cassiane no gospel, Davi Saccer, Pregador Luo, Damares... vixi muita gente,


Submundo do Som - Você começou sua carreira em 1991 né? Passou pelos grupos Juventude Rap, PRC Rap, Hipnose, Surra Verbal, Pesadelo Urbano, como foi integrar esses grupos? Quais as experiências você trouxe de lá pro seu trabalho atual?


R.Jay - Bom cada grupo foi um período importante da minha vida, Juventude Rap e PRC RAP foram meus primeiros grupos de rap, foram o início. O Hipnose foi o grupo que gravei é entrei em estúdio há 1 vez, uma experiência única. O Surra Verbal era uma crew de freestyle na época, depois começamos a compor umas músicas, onde o Boom Bap era vertente muito forte nos Estados Unidos, e aderimos o estilo. O Pesadelo Urbano um grupo Gospel , com intuito de pregar a palavra de Deus aonde for.


Submundo do Som - O que é o projeto “Hip Hop é a Minha Cidade”?


R.Jay - É aquilo que não parece com nada, e não lembra ninguém. Ser xerox mau feito é o que mais tem, até porque nada se cria, tudo se cópia. Estamos no contra fluxo, o lado B do Hip-Hop sem medo de nada e de ninguém. O novo assusta de começo, depois o povo acostuma.



Submundo do Som - E como foi mudar a chave pra fazer um Hip Hop mais voltado pra educação com temas de conscientização para um público mais infantil?


R.Jay - Especificamente as letras não são infantis. É uma mescla do gospel, do boom bap, love song. Lógico que o show é para pessoas independente de religião, cor de pele, idade, partido político, mas não negamos que amamos e queremos ver nossas crianças influenciadas com nosso projeto. Até porque criança não tem que pular fase da vida .


Submundo do Som - E como de onde veio a ideia de utilizar fantoches numa parada mais visual e ligada com teatro, na sua arte?


R.Jay - Observamos que no hip hop são 4 elementos comprovados. O hip hop é unificado com break, com capoeira a dança. O MC, o rapper, mestre de cerimônia, com canto falado. O DJ com a responsabilidade de fazer o disco tocar, e fazer geral, sacudir o esqueleto. O grafiteiro, com a pintura, o desenho arte plástica. Os fantoches são inocência, simplicidade, criatividade é o valor das coisas, simples da vida. No Programa Cocoricó temos o Júlio, Alibio, Lilica etc. No programa da Ana Maria Braga, temos o Louro José. No programa do Ratinho temos o Xaropinho... E hoje no hip hop temos a Turma do Todinho, com 12 fantoches, cada um no seu segmento no rock, no rap, no reggae, etc.


Submundo do Som - E o encontro com a “Turma do Todinho”, como se sucedeu?


R.Jay - Bom o encontro veio da nossa indignação da mesmice, da monotonia exposta diariamente. Público de grupo, o egocentrismo, inflamado, nos grupos de rap falta de união, humildade. Tem várias pessoas que não abrem a mente para o novo. Andar de fusca 65 é clássico, mas andar de HB 20 automática é de lei. Muitas vezes as pessoas se tornam primatas, pensam no regresso.



Submundo do Som - Hoje o rap do Rjay é um rap gospel? Como que você encaixa seu estilo de arte na grande diversidade de estilos, dentro do rap, que temos hoje em dia?


R.Jay - Sim louvar ao Senhor é preciso sempre. Mas verdadeiramente só faço, mistura desde beats, lírica, no flow. Amo boom bap dos anos 90, junto com gospel e o love song encaixo nisso.


Submundo do Som - Como foi fazer o álbum "Deus tem a pele clara ou escura", o que pode falar dessa obra?


R.Jay – O Cd “Deus tem a pele clara ou escura” foi meu primeiro registro, com meu disco físico, com banda, e a capa feita pelo grafiteiro Alexandre Puga. CD feito com banda e lançado em 2009, totalmente independente, com participações de Fernando Ébano, Tonny Vox, Jaque, Thais Sinfonia de Rua. Agradeço a Jesus Cristo por ter colocado este disco na rua, aprendi muito com produtor Marcio Cortez.


Submundo do Som - Quais os lugares que o projeto já passou?


R.Jay - O Projeto Hip Hop é minha Cidade passou no Sarau da ponte pra cá, no Teatro Clara Nunes, Casa do Hip Hop de Diadema, em São Bernado.


Submundo do Som - E como você vê o rap hoje, de forma geral?


R.Jay - Bom no rap nacional ouve uma transição tremenda, hoje em dia o rap tem muita técnica, speed flow , multissílaba, punchline, metáforas, trocadilhos etc, mas como diz o Marechal: “flow não é nada sem conteúdo”. Mas admito, tem uma molecada embaçada da nova geração, profissionais pra caramba, molecada inteligente. E o lado negativo é que o ego fica inflado, muita arrogância, e isso tá sendo destaque hoje nos grupos de rap. Todo mundo quer cantar, ninguém que ser B.Boy, cineasta, Grafiteiro, assessor, publicitário, radialista. Esse é o mundo do rap, um mundo estranho.


Submundo do Som - Qual os sonhos do R.Jay? O que você espera vivenciar na estrada?


R.Jay - Meu sonho é pedir humildemente para Jesus Cristo para me dar inteligência para compor boas músicas. Que eu possa espalhar minha música na internet, na TV, no rádio, nas revistas, nos jornais. Poder ganhar premiações, fazer meu disco, fazer mais clipes, participar de cypher, participações com vários grupos.


Submundo do Som - O que o que você tem ouvido de música recentemente? O que tem pra indicar pra quem tá afim de conhecer uma parada nova?


R.Jay - Bom vou responder 2 perguntas numa paulada só: Ouvindo atualmente tango argentino, salsa cubana, muito louvor evangélico, rap nacional de lei. Bom segura a lista do que recomendo Bezerra da Silva, Djavan, muito bom. Cartola, Demônios da Garoa , Fundo de quintal, Candeia, Alcione, Beth Carvalho, Tim Mia, Jorge ben Jor. Jair Rodrigues, Jackson do Pandeiro, Luciana Mello, Pedro Mariano, Maria Rita , Mão de Oito, Edd Motta, Roberto Carlos. No rap Nacional.. vixi vamos lá... Criolo, Rael, Froid, Rashid, Racionais MC’s , MV Bill, Djonga, Primeiramente, molecada pesada. Família 4 Vidas, Nocivo Shamon, Dexter, Rodrigo Nonato, Esquadrão Zona Norte, Kamau, Emicida, Sabotage. Pra fechar as minas né? Não posso esquecer da Tati Botelho, Tássia Reis , Tabata Alves, Dory Oliveira, Rubia, Odisseia das Flores Mc Gra, As Trincas, Visão de Rua, Cintia Savoli, Souto Mc, Amanda Negra Sim, Negra Li, Paula Lima, Cris SNJ, Shirley Casa Verde, Cagebe, Flora Matos, Karol conka, Livia Cruz, Rap Pluz Size, Lurde da Luz. Da Brat, Eve, SWV, MC lYTE, Boss, Beyonce.



Submundo do Som - E o que o Rjay, o Hip Hop é a minha Cidade prepara de novo? Quais as novidades que o público pode esperar?


R.Jay - Preparamos um novo show bem eclético, com todos os ingredientes.Vários figurinos, com teatro o lado lúdico, a música para interagir com o público. Não temos dinheiro para fazer um megaevento, mas temos criatividade, originalidade, coisa que Deus me nos deu. Bom o Projeto não para, até porque quem fica parada é poste. Estou participando de uma Cypher, logo menos sairá o clipe, agora em agosto de 2017. Tem projeto para lançar alguns clipes do Projeto, este ano ainda de 2017. Tem um disco pronto para sair, sem data para lançar , estou igual o Marechal um dia sai (risos).

Vários beatmarkers como Said no Beat, Esquina da Gentil, Paulo Junior, Esze de Doins, Je Versatil . Ilustração da capa feits pelo cartunista, educador, Walter Limonada. Fora o EP em homenagem ao Corinthians, ilustração da capa feito pelo Fabio Torres. Só falta grana para todos trabalhos, fora as camisetas , toucas , bonés , que vão sair , logo menos na rua , também a firma não para .



Submundo do Som - Pra quem curte o seu trabalho que mensagem você deixa para os fãs e todos que acompanharam esse papo?


R.Jay - A mensagem que deixo em nome do Projeto Hip Hop é Minha Cidade é não tenha medo de fazer o que você acredita, porque é divergente, Mamonas Assassinas, surgiu com letras cômicas grupo irreverente, nunca mas surgiu um igual, eles foram eles mesmos. O grupo Sambô misturou samba com rock, algo audacioso teve gente que torceu o nariz, mas o autêntico vai ganhar seu espaço no decorrer do tempo. Reclamar da vida é fácil, do desemprego de morar no barraco de madeira, das contas atrasadas. Você foi preencher a ficha no trabalho novo, fez prova do ENEM, fez vestibular, se inscreveu na faculdade? Orgulho para sua mãe, não é ver você se destruindo no risco de cocaína. É sim ser um preto digno formado em Medicina. Deus dando saúde é vigor físico, o resto a gente corre atrás manos e minas. Você pediu perdão para sua mãe, seu amigo, sua namorada, esposa, noiva que você magoou? Está esperando o que? O momento é agora não tem depois. Se esta pessoa, morrer você vai se lamentar, para o resto da vida. São muitas poucas palavras mas serve com lição.


Submundo do Som - E pra quem quiser falar com o Rjay? Quais são os canais?


R.Jay - Então família leve o Projeto Hip Hop é minha Cidade para sua cidade, seu estado, seu bairro, seu pais.

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