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Entrevista com Synestesia Rap, o som do Interior

Se liga rapá, que essa entrevista é muito especial, feita em Jaguariúna com os manos do Synestesia Rap, o grupo formado por jovens talentos da cidade contam um pouco da trajetória, trampos, sonhos e as dificuldades da cena hip hop na cidade do rodeio:



1 – Quem é o grupo? Apresentação dos integrantes.


Somos o grupo Synestesia. Um grupo de rap Jaguariunense. O grupo é composto por 4 MCs e um Dj. Sendo os MCs, Leonardo, PH, Beiço e Anauê, e o Dj, Pedro.


2 – Por que o grupo tem esse nome? Qual o significado?


Nós descobrimos do significado de "Sinestesia" através do Pedro, que já pretendia fazer uma tatuagem com essa palavra. Foi na mesma época em que o convidamos pra ser nosso Dj. Sinestesia se trata de um fenômeno neurológico capaz de ativar um sentido através do outro, cruzando sensações, de certa forma uma mistura sensorial com tato, olfato, audição e paladar. Muitas vezes somos capazes de sentir um arrepio com uma música que gostamos muito, mas sinestesia vai ainda mais além, como sentir o cheiro da cor, o gosto da música, ver cor do que ouvimos, entre outras formas.


3 – Quais as influências dos integrantes? O que vocês costumam escutar? Além do rap tem mais algum estilo que faz a cabeça da rapaziada?


Todo o grupo é influenciado por muitos outros estilos além do rap. Temos influência da old school do rap e também da new school. Como Tupac, Notorios BIG, Wu Tang Clan, Mobb Deep, Racionais MCs, e também grupos mais novos. Mas todo o grupo também trás grande influencia do rock e do reggae, como Planet Hemp, System Of a Down, Bob Marley, e também alguns clássicos do MPB, como Luis Gonzaga.


4 – Como é fazer rap em Jaguariúna? Quais as dificuldades, e qual o lado bom de fazer música aqui?


O rap, infelizmente, não tem muito espaço em nossa cidade. Toda cultura Hip Hop tem pouco espaço por falta de apoio e também por falta de público. Poucas vezes temos apoio da prefeitura, que inclusive já barrou iniciativas independentes. O lado bom de fazer Rap em Jaguariúna é ter nas cidades da região pessoas na mesma correria, trabalhando, fazendo eventos, buscando espaço. De certa forma nos envolvemos em algumas paradas, nos apresentando, fazendo parcerias e amizades pela região.


5 – Particularmente acho JaguarCity uma cidade parada musicalmente falando, dificilmente sai uma banda que a galera possa curtir, pq aqui a brisa é outra é o tal do sertanejo, mas pelo que acompanho vejo umas bandas trilharem seus caminhos, como vocês, o pessoal do Valquíria, Yolanda, Mosaico e entre outros, mas talvez falte uma CENA, um lugar pra galera se encontrar e compartilhar coisas boas, como foi a cena punk, cena hip hop, manguebit, entre outras, o que acham disso? É isso que falta?


Sentimos sim falta de um espaço como esse, que seria legal pra quem faz o som e pra quem curte o som. Tem muitas bandas e grupos de qualidade aqui, que até mesmo as pessoas que ouvem o gênero não conhecem, e quando conhecem ficam surpresas por não conhecer uma banda da hora de sua própria cidade.

A falta de um espaço pra essas bandas exporem seus trabalhos dificulta o processo da música chegar ao ouvinte que curte a parada.

Mesmo assim o underground segue com sagacidade. Existe por conta dos próprios grupos e bandas, iniciativas como organização de eventos, festas, encontros em praça, mas algo que ainda é disperso, não existe uma cena fixa.


6 – Quais lugares a banda já passou, com quem já tocaram?


Além de Jaguariúna, passamos por Campinas, Pedreira, Amparo, Serra Negra, Mogi Guaçu, Itapira, Araras. Cantamos com Expoente Lírico, Ogum, Gabriel Flash, Zóio, Real Rap, QDL, BDOZ, Danilo Amâncio (do Mosaico Brasileiro, que inclusive fechou numa parceria com a gente na faixa “Oração”, já lançada) Atitude Nota 10, Sistema Negro, Sistema Unido, BNI, e vários outros, estando envolvido e/ou cantando no mesmo evento.



7 – Como é ser músico independente, fazendo música em casa para o mundo todo curtir? Como é a questão de reconhecimento? Acham que poderiam ser mais reconhecidos? A família apoia?


É complicado e trabalhoso, porém é algo prazeroso. Se não fosse não estaríamos fazendo. O reconhecimento vem de quem curte a parada e nos apoia, sendo colando em uma apresentação, baixando a música no celular, quem curte a parada e nos pergunta sobre. Somos gratos pelo reconhecimento de quem curte, quem bota fé na gente. O reconhecimento é consequência do trabalho, então, aumenta na proporção em que os trabalhos são concluídos e lançados. Quanto a família apoiar, apoia sim.


8 – E como é gravar um clip? Tiveram algum apoio, como foi a capitalização de recursos financeiros, o que têm a dizer da parada?


A proposta do clipe partiu do Mario Izzo, operador de câmera, produtor, nosso amigo e cunhado do Anauê. O Mario estava com equipamento de qualidade, propôs de a gente fazer o clipe sugerindo um roteiro. Trocamos ideia e fechamos a parada. Foram dois dias de gravação, e depois de alguns meses de edição de vídeo e áudio, lançamos a parada. Somos gratos pela força que o Mario e a Amana, atriz no clipe e irmã do Anauê, nos deram. Nos ajudaram paca!

Gravar um clipe da trabalho, estar em vários cenários, gravar a cena até acertar, assim como os detalhes do roteiro, a edição do vídeo... Mas o resultado faz valer a pena.


Confira o clipe "Era pra ser Humano"



9 – Manda um recado pra galera, o que vocês têm a dizer pra molecada, pra quem curte a banda, pra quem quer ter uma banda?


Pra quem curte o grupo, segura que logo mais vem trampo nosso, sendo a EP na qual estamos trabalhando, músicas em parceria com outros grupos, como com o QDL por exemplo.

Pra quem quer ter uma banda, é da hora trampar com seriedade, ser verdadeiro e fazer o que curte. O resto só acontece.

Links de trampos nossos, tanto do grupo Synestesia, quanto do nosso estúdio, O Mil Grau Tape Studio:

Canal Synestesia


Canal Mil Grau Tape Studio


Mil Grau Tape Beats, beats à venda

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