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Adeus Skunk, jamais vou te esquecer

“Essa noite eu tive um sonho.

Um sonho diferente,

sonhei com um camarada que não vive mais com a gente.

No sonho ele me disse que o céu é muito quieto,

lá não tem Break, não tem som,

nem cara esperto.

Eu fico pensando aqui na terra eu era forte.

Todos me conheciam da Zona Sul a Zona Norte.”

Letra de Thaide & DJ Hum, regravada por Marcelo D2

Em 1994 o Planet Hemp estava pronto para entrar em estúdio e gravar seu disco de estreia, O Usuário, mas uma tragédia estava por vir, vítima de AIDS, morre o vocalista Luís Antônio, o Skunk, trazendo tristeza e grande pesar a banda. Por várias vezes a banda cogitou terminar, por um fim na carreira, antes mesmo dela começar. Mas decidiram por retomar ao trabalho, trazendo sempre o amigo Skunk na memória, e para manter a configuração original da banda, com dois vocalistas, surge BNegão.


Skunk foi o responsável por unir o Planet Hemp, a galera conhecia o Luís Antônio e não o Marcelo. Ele foi o ponto de referência para todos, era a banda do Skunk. Como músico tinha conhecimento tanto de punk quanto de hip-hop e nunca foi limitado a escutar só um estilo, tendo muita cultura musical. Segundo Rafael Crespo, o Skunk fazia essa ligação também entre as duas coisas, o rap e o rock. Nesse início do Planet Hemp, o Skunk foi muito importante e participou de vários shows também. Ele já estava doente, e seu quadro foi agravando e não permitindo que ele pudesse acompanhar a banda nos shows.

Naquele ano haviam diversas bandas da cena underground carioca, inclusive uma chamada The Funk Fuckers, liderada por Bernardo Santos. O Skunk não contou a ninguém sobre sua enfermidade, mas tinha uma grande preocupação com o futuro da banda, que começava a engrenar, então começou a prestar atenção no Bernardo, e o viu como um substituto, Bernardo era o cara que realmente poderia assumir a parte dele. Em um dia de show, Skunk avisa seus camaradas que não poderia ir tocar, mas que chamassem o Bernardo que conhecia todas as letras do Planet, e que inclusive Skunk já havia combinado com ele a participação no show. Foi o Skunk que colocou o BNegão, meio que já prevendo o que ia acontecer.


Marcelo Yuka, criador d’O Rappa, baterista e principal letrista da banda, conta em seu livro “Não se Preocupe Comigo” que Skunk foi que o apresentou ao urderground, e que teve uma amizade com o rapper, fazendo caminhadas pela estrada de Paineiras, em uma dessas Skunk não teve folego para seguir, e foi internado por pneumonia, pois se falassem que era aids, nenhum hospital iria interna-lo. E um dia quando o Rappa entrava em estúdio para gravar, a mãe de Yuka liga avisando sobre o falecimento de Skunk, em 8 de julho de 1994.


Apesar das poucas homenagens ao maluco, segue essa que é uma passagem rápida sobre sua vida e 21 anos depois, segue a foz forte do rap brasileiro:



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